domingo, 19 de setembro de 2010

Qual seu nome?



Por: Luiza Schilagi


Qual é o seu nome?

Olhando para a vida de Jacó, creio que você poderá chegar a esta resposta deste título e o melhor, de maneira verdadeira, profunda, edificante e transformadora.


Jacó tinha um nome muito apropriado à sua principal característica como pessoa; a Bíblia nos conta que Jacó nascera com as mãos agarradas ao calcanhar de seu irmão gêmeo mais velho, Esaú, e que por isso havia recebido este nome. Jacó significa “suplantador, enganador”, e de fato, ele o fora. Há três momentos na história da vida de Jacó dos quais Deus se vale para nos mostrar a grandeza do Seu amor para com as nossas vidas, para mostrar que Ele nos ama não pelos nossos méritos, nossa contribuições ou que somos, mas apesar dos nossos méritos, nossas contribuições ou do que somos.


O primeiro momento da vida de Jacó que é usado por Deus, diz respeito ao sonho que o filho de Isaque tivera em Betel – mais precisamente em algum lugar próximo a Harã -. No sonho, Deus faz uma promessa a Jacó, porém, antes de fazê-lo, se apresenta como Deus de Abraão e o Deus de seu pai, Isaque. Note que o Senhor não se apresentou como o Deus de Jacó. Isso se deu porque Jacó não reconhecia ao Senhor como o seu Deus. Aí está uma grande lição do Senhor para as nossas vidas: é preciso reconhecê-lo como o Deus pessoal, como um Deus individual que habita de coração em coração.


Jacó era neto de crente – coloquemos nesses termos-, era filho de crente, mas não era um crente no Senhor, não o tinha como o Deus dos exércitos; Jacó via ao Senhor como um legado, uma tradição de família. Quantas pessoas temos visto ao nosso redor que agem da mesma forma?
Quantos filhos de pastores, presbíteros, diáconos, enfim, de homens comprometidos com a causa de Deus, o têm tratado como uma tradição de seus antepassados e têm deixado de lado o Deus individual, o Deus pessoal de suas vidas? As pessoas têm depositado sua (pseudo) salvação em tradição e conformismo cristão. Não é isso que Deus espera de nós, e se valerá dos outros dois momentos da vida de Jacó para nos mostrar isso. Mas, mesmo Jacó não sendo um verdadeiro servo de Deus, o Senhor lhe faz uma promessa, lhe abençoa com propriedades e riquezas, porque Deus é fiel e o ama apesar da condição de Jacó como alguém totalmente indigno, que cometera delitos.


Portanto, vemos neste primeiro momento, que Jacó não era um servo rendido ao Senhor, mas Este, ainda sim o amou e lhe prometeu bênçãos.


No segundo momento da vida de Jacó, vemos a operosidade e o alcance do amor de Deus, que se dá através da noite anterior ao encontro de Jacó com seu irmão Esaú. Antes de comentar este fato, creio ser necessário recapitularmos, ou melhor, estabelecer um panorama geral e simplificado da vida de Jacó.


Tal vida resume-se a uma palavra: PECADO. A vida inteira de Jacó foi norteada por suas ações pecaminosas. Jacó desrespeitara as leis da primogenitura convencendo seu irmão a “vendê-la”, mentiu, enganou de maneira consciente e descarada a seu pai usurpando a identidade de seu irmão, suscitando o ódio do mesmo (razão pela qual fugiu para Betel) e também se valeu dessas artimanhas ludibriosas para com Labão. A vida de Jacó era vazia da presença de Deus em seu coração em seu coração.


Quando volta à sua terra de origem, Jacó passa por uma experiência maravilhosa em Paniel, lutando contra o Senhor. Neste momento, Deus o dá a salvação, o livra deste lamaçal pecaminoso, desta vida que para esconder pecados recorre a mais pecados. Após uma noite inteira de luta e de encontrar grande resistência da parte de Jacó, o Senhor finalmente o toca e termina com o combate. Jacó, reconhecendo que estava em uma presença divina, prostrou-se e, agarrando-se aos pés de Deus, pediu que lhe abençoasse. Deus pergunta seu nome, ele o responde e é abençoado.
Irmãos e Irmãs gostaria de me dedicar um tempo a escrever aqui o tamanho da glória, do amor, da soberania, da graça e misericórdia que o Senhor demonstrou para com Jacó. Pois bem; no primeiro momento, temos um Jacó não rendido a Deus, e tal redenção se dá neste segundo momento. Quando o Senhor lutou contra Jacó com forças (até certo ponto) humanas, e tal combate durou a noite inteira, Deus estava nos mostrando a intensidade do coração endurecido de Jacó. A luta não era entre dois homens, era entre Deus e o pecado (representado por Jacó), entre Deus e um coração relutante.


Quando o Senhor o toca na articulação da coxa, este não é qualquer lugar, Deus está tocando na articulação de seu coração, Deus o faz mancar, ou seja, pender a um lado, que é o lado do arrependimento por uma vida de desonra, de afastamento das leis de Deus. Em Oséias, capítulo 12, versículo 4, está escrito que Jacó “chorou e implorou o seu favor”. E por que o fez se só havia sido tocado na coxa? Porque na verdade, naquele dia, ele fora tocado em seu coração e rendeu-se verdadeiramente, arrependendo-se. Como sabemos que se arrependera? Através da tacada de mestre que o Senhor dá. Ele pergunta o nome de Jacó (que maravilhoso!). Ora, irmãos, vocês acham que o Senhor dos Exércitos, Criador dos céus e da terra não sabia o nome de um filho seu? Claro que sabia! Então por que perguntou? Porque Deus tinha algo maior que daria a Jacó: uma nova vida, uma nova identidade!


Quando Jacó, em prantos, diz seu nome, não o faz apenas para responder a uma simples pergunta; para ele, dizer que era Jacó era confessar que de fato era um suplantador, um enganador, um mentiroso e pecador. E por que Deus perguntou justamente o seu nome? Devido ao fato de que quando Jacó levara o prato preparado a seu pai para receber a bênção, Isaque pergunta a ele “Quem és tu?” e Jacó responde ser Esaú, o primogênito, e assim enganou a seu pai, que não podia ver, apoderando-se da bênção.


Porém, quando Deus faz esta pergunta, Jacó se encontra diante de alguém que vê, e vê muito, mais muito mais e além do que o físico, Ele vê nosso coração, nossa alma, quem realmente somos. Não restava alternativa senão confessar que realmente ele vivenciava o significado de seu nome.
Diante disto, Deus passa para o terceiro momento, a mudança de nome. O Senhor disse que, a partir daquele dia Jacó não mais assim seria chamado, mas passava a ser Israel, ou seja, aquele que lutou como príncipe e prevaleceu. Mas prevaleceu contra o que, sobre o que? Prevaleceu sobre/contra seus pecados no momento em que os confessou, de sorte que agora já não era mais o enganador, mas um príncipe, que luta ao lado do Senhor com honra, e prevalece.


Amados, que amor maravilhoso de Deus! Irmãos e irmãs, vejam isto, este Deus do qual acabo de lhes falar é o NOSSO DEUS! Ele é o mesmo! Queridos, pergunto-lhes agora, qual é o seu nome? Será que seu nome é fofoca, picuinha, briga com o pastor ou líderes, afastamento da igreja, da comunhão com os irmãos, falsas doutrinas, consumismo, orgulho, vaidade?


Amados, Deus nos pergunta hoje, e a cada instante nossos nomes. E o que temos confessado a Ele? Sem sombra de dúvida que são coisas terríveis. Temos vestido as roupas de Jacó, do velho homem. Mas há algo que quero vos deixar aqui. Há um Deus que toca em nossas articulações,  há um Deus que nos ama sobremaneira que mandou Seu filho, Jesus Cristo, para lutar no vale dos nossos corações contra nossos pecados, e Ele venceu, de forma que, se agora nos prostrarmos e clamarmos por Seu favor e misericórdia, de Israel passaremos a ser chamados.

Então, volto ao título e pergunto: Qual é o seu nome?


Texto Referência: Gênesis 28: 32

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