sábado, 24 de julho de 2010

Saudade de Deus



Por: Alexandre Ferrari

Saudade daquilo que não foi, que há de vir e que não será,
Mas, como se há de prever o por vir?
Se o futuro é como uma noite de densa neblina, na qual o próximo passo não se pode ver...
A intangibilidade do pensar no por vir é um exercício árduo...
No qual a saudade do que não se viveu, mas se espera viver vem, mas como se sente saudade do que não ocorreu?
A insatisfação humana, a sede de mais, a sede de querer mais, a sede de viver mais, o presente nunca é o bastante, o passado é o alicerce de nossas aspirações futuras...
O passado é a causa da saudade daquilo que não foi, que há de vir e que não será?
Não se gosta do que se é, o que se é não é suficiente, o presente é a transição para o que se almeja...
O presente é o combustível da saudade daquilo que não foi, que há de vir e que não será?

Fala-se aqui do presente enquanto estado atual, do agora, e não como medida temporal, pois se assim se analisasse, o presente já era passado e causa e combustível seriam a mesma coisa...
E na verdade o são, já que não importa o tempo, mas sim que a saudade daquilo que não foi, que há de vir e que não será, não conhece o tempo, conhece apenas o anseio do que não se tem, do que se quer, mas que não terá.
A que conclusão se chega?...Se chega a conclusão de que o anseio da alma, do irracional da mente humana, aponta para o desconhecido, aponta para ânsia de viver algo que não se sabe o que é.
E esse não saber, ah o não saber...Mas querer saber e ser... Essa sim é a solidão daquilo que não foi, que há vir e que não será.

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